terça-feira, 20 de outubro de 2009

Eu?

M.C. Escher (ilustração)


Deito-me em minha cama que não é minha
não vejo o teto do quarto que não é meu
vejo apenas uma nevoa, escura, fria, diante de meus olhos

Tento não endurecer, mas endurecer é preciso
sem endurecer continuar não é possivel,
fecho meus olhos e tudo parece distante

O sonho de antes, o futuro de agora
não previ algo que aconteceu,
mas que não quero deixar pra tras

Em meus amigos a anestesia
e a visão de alguem que era feliz, infeliz
estou agora, vivendo uma vida que não é minha

Tomando um caminho que não é meu
pretendo chegar em alguem que não sei ser eu
alguem que não sei se quero ser

Ignoro tudo e continuo a caminhar
maltratando os pes que não são meus, meus
pés que não descansam a muito tempo
tempo que ainda irá maltrata-los,
até que o dia seja chegado
terei alguem pra comemorar?

sábado, 26 de setembro de 2009

Tudo parece distante...


Mais uma porta está a se fechar
e eu já posso sentir o vento gélido denovo
o vazio vem me consumir
eu finjo não sentir no escuro

Tudo parece distante...

A madrugada segue, me segue, sem sono
cansado, quebrado, pensativo
o tempo me venceu denovo, Ele me venceu
deixo a porta se fechar, sem lamuriar

Tudo parece distante...

Mais uma vida escorre por entre meus dedos,
não há como segurar, não me agarro, pulo
enquanto caio, lembranças vem a mente
lembranças que já não sentem

Tudo parece distante...

Desta vez não vi propósito, eu sai vencendo
eu sai perdendo, perdido em minha muralha.
Desta vez não estava preparado
já não há o que ser reparado

Tudo parece tão distante...